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Desenvolver a Extensão, hoje, na Universidade, abre possibilidades tanto aos estudantes, nesse caso, da Pedagogia, como para a comunidade externa, na figura das Escolas Municipais de Aquidauana/MS. A abertura dos Projetos de Extensão coordenados pela Professora Janaina Maia, UFMS/CPAQ, apresenta uma relação entre Ensino, Pesquisa e a própria Extensão, por acreditar na possibilidade de fomentar e ampliar conhecimento, pois o quadro teórico da Sociologia da Infância torna possível pensar na construção de um Projeto de Extensão universitário que coloca a imagem da/s infância/s e das crianças em movimento.

Todos os seus Projetos, a saber: Criança e Infância no Cinema, o Projeto do Pequeno Príncipe, o Alfabetizar/Letrando, o Projeto com as Poesias de Manoel de Barros e o que vai estar estudando a criança, a infância e a Educação Infantil trazem, em suas essências, a criança como ponto central das narrativas e, por propósito, buscam estimular a discussão sobre a infância e os modos de vida das crianças a partir da linguagem e a construção histórica, cultural e social da infância e de como esta é vivida em diversos contextos sociais em diferentes partes do mundo.

A intenção desses Projetos é oportunizar a construção de outras possibilidades de compreensão da/s infância/s e das crianças, junto aos estudantes de Pedagogia, pois a criança aprende no e com o mundo e este mundo é feito de pessoas com diferentes idades, culturas, crenças, saberes e valores. São nas relações e nas trocas que se (res)significam os saberes/fazeres e não podemos mais acreditar numa concepção de infância determinista e adultocêntrica, na qual o/a professor/a detém o conhecimento e o controle de tudo o que ocorre no espaço escolar pelo planejamento/currículo.

Nesse contexto, a Professora Janaina Maia salienta que não é fácil decifrar ou traduzir as características das crianças, mas podemos estar atentos às vozes infantis e nos aprofundarmos na sua elucidação, em suas expressões, em suas linguagens não verbais, não literais, que surgem pelo sorriso, pelos gestos das mãos, pelos movimentos do corpo, pelos olhares, pelo choro, pelas dores, gritos, desenhos, brincadeiras, preferências e reações, escolhas, aceitações ou rejeições.

Assim, para chegar ao universo infantil, há um longo percurso essencial em nossa trajetória e perceber a importância de criar tempos e espaços de autonomia e liberdade de expressão, de escolha e movimento para crianças não é fácil. Além disso, quando se fala em olhar, observar, escutar crianças, às vezes, não pedimos licença. Registra-se, ainda, que é um lugar, um universo muito delicado, íntimo, pelo qual precisamos ter respeito, reverência, delicadeza e humildade de postura, tomar distância, observar, silenciar e compreender que nem sempre iremos ter o que desejamos, iremos receber o que procuramos, pois a complexidade do ser humano está posta em todo lugar e com a criança não é diferente.

Fotos

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Texto: Janaina Maia