Pesquisadores analisam a evolução da relação econômica de Mato Grosso do Sul com a China; leia

Postado por: Joao Doarth

Brinquedos, bijuterias e objetos de plástico. Quando se fala em importações da China, muitos se lembram primeiramente desses produtos. No entanto, o cenário mudou bastante nas últimas duas décadas. É o que analisam dois pesquisadores do Campus de Aquidauana da UFMS.

Os Professores Doutores Fernando Rodrigo Farias e André Luiz de Carvalho, ambos do curso de Geografia, acabam de publicar um dos resultados de sua pesquisa, por meio de um artigo intitulado “Considerações sobre a dinâmica das relações econômicas de Mato Grosso do Sul com a China: 1997 a 2019”. A pesquisa teve início em 15 de abril de 2020 e durará três anos.

O objetivo dos docentes foi analisar a evolução das relações comerciais entre o estado de Mato Grosso do Sul e a China, uma grande potência emergente em expansão, entre os anos de 1997 e 2019, bem como a densidade tecnológica (grau de incorporação tecnológica) dos produtos exportados pela indústria sul-mato-grossense, além daqueles importados da China.

Segundo os professores Fernando e André Luiz, a análise foi baseada em importantes bancos de dados oficiais. “Utilizamos principalmente os relatórios estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os relatórios técnicos do Ministério da Economia e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em seguida, analisamos os dados de importações e exportações de todos os 79 municípios do estado”, disseram os docentes.

Fernando e André Luiz contam que a pesquisa é importante, porque é parte já avançada de um projeto maior, denominado “A dinâmica do mercado externo dos principais municípios de Mato Grosso do Sul”. Os pesquisadores destacam: “entender a relação do estado com a China é essencial para analisar a importância da China no mercado exportador de Mato Grosso do Sul e tornar visíveis algumas especificidades da balança comercial (importação/exportação) de Mato Grosso do Sul com a China. Tentamos ir além dos elementos quantitativos e qualitativos dessa relação, ligados aos grandes grupos da pauta do seu mercado externo, como soja, celulose, carne e minérios”, contaram os pesquisadores.

Os pesquisadores observaram um movimento surpreendente de alteração da complexidade dos produtos importados da China. “Em 1997, o percentual do volume importado da China foi de 0,26% do total das importações. Grande parte referia-se a brinquedos, bijuterias, objetos de plástico, artigos de higiene e limpeza (como vassouras) e objetos de borracha. Quando analisamos as importações referentes ao ano de 2019, além de representar 19,71% do volume total importado, percebe-se a presença de produtos de maior incorporação tecnológica, como veios de transmissão para motores, partes de máquinas ou de aparelhos, motores e geradores elétricos, transformadores elétricos, fornos elétricos industriais ou de laboratório, aparelhos receptores de televisão, aparelhos para interrupção, seccionamento, proteção, derivação, ligação ou conexão de circuitos elétricos e aparelhos de raios X”, explicaram os docentes.

O artigo completo pode ser lido na Revista Geosul, um periódico criado em 1986, de âmbito nacional e organizado pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Leia o artigo completo: https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/77556.

Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas diretamente com seus autores, pelos e-mails fernando.rodrigo@ufms.br e andre.luiz-carvalho@ufms.br.

Texto: João Doarth