Pesquisa analisará a aprendizagem de alunos ribeirinhos e pantaneiros durante a pandemia; leia

Postado por: Joao Doarth

Alunos que trabalham com os pais desde cedo, em área rural, e que percorrem grandes distâncias para chegar à escola. Essa é a realidade de boa parte dos estudantes ribeirinhos e pantaneiros, que, durante a pandemia, também foram afetados pela nova configuração do cotidiano escolar.

Para analisar esse novo arranjo social, a pesquisadora Maria Neusa Gonçalves Gomes de Souza, do Campus de Aquidauana da UFMS, está desenvolvendo o projeto de pesquisa “Uma perspectiva histórico-social e cultural: alunos ribeirinhos e pantaneiros em novos caminhos de aprendizagem”. O projeto já está aprovado e a perspectiva é de que a pesquisa prossiga até agosto de 2022.

Segundo a pesquisadora, as primeiras etapas do projeto já foram definidas. “Iniciaremos as apresentações entre nós como grupo, com uma primeira reunião pelo Google Meet e, posteriormente, promoveremos uma palestra inicial sobre a teoria histórica sociocultural, na perspectiva de Peter Burke, da Universidade de Cambridge”, explicou Maria Neusa.

Maria Neusa também revela que o grupo de pesquisadores buscará, primeiramente, analisar a nova situação de aprendizagem dos alunos ribeirinhos e pantaneiros em seu cotidiano social e cultural, em tempos de pandemia. “Faremos visitas aos locais, como nas fazendas e nos assentamentos, para conversarmos com as famílias, alunos e professores. O intuito é buscar a subjetividade, o sentir, além de viver o novo arranjo social do atual contexto”, disse a docente.

No entanto, a rotina alterada pela pandemia não é o único desafio encontrado pelos alunos ribeirinhos e pantaneiros. Maria Neusa destaca que o cotidiano desses alunos é diferente de boa parte do cotidiano dos estudantes da área urbana. “São alunos que trabalham com os pais desde cedo na área rural. Nos primeiros contatos que fizemos, uma das coordenadoras nos disse que os alunos percorrem grandes distâncias para chegar à escola, mas que gostam e querem ir às aulas, e que sentem falta e valorizam os professores”, contou a docente.

A professora valoriza os dados que serão coletados, principalmente para a formação dos futuros profissionais da educação. “Teremos dados relevantes sobre esse tempo de isolamento social, bem como sobre as novas formas de comunicação e resiliência entre todos os envolvidos no processo escolar. Isso proporcionará um novo olhar aos futuros professores, sobretudo quanto às metodologias de ensino”, finalizou Maria Neusa.

Além da pesquisadora, outros membros docentes e acadêmicos também estão envolvidos no projeto. Participam da pesquisa os professores Paulo Esselin, Janete da Fonseca, David Arenas Carmona e Rosana Carla Gomes. Os acadêmicos envolvidos na pesquisa são Lidiane da Silva Botelho, Ana lúcia Marinho Barros e Fernando Lucas da Silva.

Esclarecimentos ou mais detalhes sobre a pesquisa podem ser obtidos com a Profa. Maria Neusa, pelo e-mail maria.n.souza@ufms.br.

Texto: João Doarth