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Meio ambiente. Pesquisadores do Campus de Aquidauana da UFMS têm se esforçado para entender a relação entre as condições climáticas e os processos erosivos que atingem a região de Aquidauana (MS).

Com o título “Monitoramento de processos erosivos em voçoroca na bacia do Córrego João Dias, localizada na área rural do município de Aquidauana – MS”, a pesquisa está em andamento desde outubro de 2018 e já produziu bons resultados.

O estudo, em aspectos gerais, busca monitorar o processo de evolução da voçoroca (fenômeno geológico que consiste na formação de grandes buracos de erosão, causados pela chuva e outras condições climáticas) e propor medidas de controle do processo de erosão (desgaste da superfície terrestre pela ação mecânica e química da água corrente, das condições climáticas ou de outros agentes geológicos).

Vista parcial da voçoroca e ao fundo o Córrego João Dias (margem esquerda), Município de Aquidauana – MS. Foto: Vicente Rocha – novembro 2019 (clique para aumentar

O intuito dos pesquisadores, ao final do projeto, é de recuperar o ambiente degradado e estimular sua restauração com um uso racional, de acordo com a fragilidade do ambiente ocupado pelo homem. O coordenador do projeto, professor Vicente Rocha Silva, relata como a equipe de pesquisadores tem conduzido o estudo. “Além do levantamento bibliográfico adequado, também já realizamos os levantamentos planimétrico da área de estudo (projeção dos contornos e pontos medidos do terreno, representados sobre um plano básico horizontal) e altimétrico da voçoroca (registro do grau de declividade do terreno)”, disse o professor.

Conforme o pesquisador, o trabalho da equipe tem sido constante para monitorar as erosões da área estudada, no município de Aquidauana (MS). “Instalamos  as estacas ao redor da voçoroca e monitoramos mensalmente, em trabalhos de campo, o avanço da área da voçoroca, registrando tudo com fotos para posterior análise”, conta o pesquisador.

Vicente é professor na UFMS e atua principalmente no curso de Geografia (clique para aumentar)

A área de pesquisa estudada é o entorno do Córrego João Dias, em uma propriedade rural de Aquidauana. Vicente nos conta como a equipe tem realizado os procedimentos. “A obtenção da medição das estacas permitirá relacionar as erosões com o período das chuvas, as propriedades do solo, a cobertura vegetal (cerrado) e o uso da terra. Serão instaladas no mínimo dez estacas de madeira ao redor da voçoroca. As estacas numeradas terão dimensões específicas: 40 cm de altura; 2,0 cm de espessura e 5,0 cm de largura”, explica o docente.

Durante o estudo, os pesquisadores farão avaliações e intervenções na área estudada. O professor Vicente nos contou como isso será feito. “Serão experimentadas formas de controle à erosão dentro da voçoroca, através de procedimentos e técnicas de contenção, com materiais alternativos, como, por exemplo, a utilização de barreira com bambu no interior da voçoroca, bem como com outros materiais disponíveis, que servirão de barreira ao avanço da feição erosiva”, disse o pesquisador.

Aspecto do interior da voçoroca em direção à cabeceira, em área de pastagem, na área rural do Município de Aquidauana – MS. Foto: Vicente Rocha – novembro 2019 (clique para aumentar)

Por fim, a equipe de pesquisadores também orientará o proprietário rural, visando à recuperação ambiental da região atingida. “Também serão conduzidas propostas ao proprietário rural, com ações que visam cessar e/ou atenuar a erosão, em conjunto com medidas em torno da voçoroca, objetivando a recuperação ambiental da propriedade e o uso racional da terra, de acordo com as limitações e as potencialidades do ambiente ocupado pelo homem”, finaliza o professor.

O projeto de pesquisa é coordenado pelo professor Vicente Rocha Silva (Doutor UFMS/CPAQ) e conta com a participação dos professores Jaime Ferreira da Silva (Doutor UFMS/CPAQ), Nelson Marisco (Doutor UFMS/CPAQ), Valter Guimarães (Doutor UFMS/CPAQ), Vitor Matheus Bacani (Doutor UFMS) e Felipe  Navarro (Mestre UFMS/CPAQ).

Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas com seu coordenador, professor Vicente, pelo e-mail vicente.silva@ufms.br.

Texto: João Doarth