Curso de Turismo do CPAQ visita APA do Rio Negro no Pantanal de Ladário (MS)

Postado por: Joao Doarth

Na última quarta-feira (14), os acadêmicos do Curso de Turismo do Câmpus de Aquidauana (CPAQ/UFMS) visitaram e conheceram os problemas e as potencialidades da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro, no Pantanal da cidade de Ladário (MS). Na ocasião, eles foram recebidos pelo responsável do núcleo do “Geopark Bodoquena Pantanal” em Ladário, Anderson Palmeira, além da equipe do município e da representante do Conselho Gestor da APA, Sra. Júlia Gonzales.

A visita à sede da APA teve como objetivo conhecer as potencialidades que permeiam a gestão das unidades de conservação. Temas como conflitos socioambientais, turismo, monitoramento, geoturismo, impactos ambientais, licenciamento ambiental, regularização fundiária e desenvolvimento sustentável a partir do turismo de base comunitária foram abordados pelos acadêmicos.

Além de aprender, os estudantes também levaram a simplicidade e hospitalidade dos moradores da região, que os receberam com diversas iguarias típicas, como o almoço pantaneiro promovido pela Secretaria de Assistência Social.

De acordo com a professora Isabelle Pinheiro, a visita proporcionou aos futuros profissionais experiências importantes que serão levadas além de sua formação: “foi a melhor visita e troca de experiências que essa turma já vivenciou ao longo do curso”, enfatizou.

Um dos pontos altos da visita na APA foi a apresentação da extração em sistema sustentável do caule da árvore de Jaracatiá. A partir da extração do caule, é produzido o doce de Jaracatiá, em um sistema de produção artesanal, proporcionando aos poucos a inserção da comunidade através da economia solidária, gerando trabalho e renda no local. Para o Prof. Izac Bonfim, que ministra a disciplina de Gestão de Alimentos e Bebidas no Curso de Turismo, a introdução desses produtos típicos da região valoriza a culinária local, pois o doce ainda é desconhecido e pode ser um produto que, junto com outros pratos da culinária pantaneira, possibilite a criação de uma imagem turística local.92971291-bda0-4bcd-a8f6-2c4739338223

O jaracatiá é uma fruta brasileira muito apreciada na culinária, também conhecida por mamão bravo, por causa do leite ácido que escorre dela. A árvore nativa do Brasil é mais comum nas regiões de cerrado e também do Pantanal. O aproveitamento do Jaracatiá vem do fruto e do caule. Existe a possibilidade de outros produtos como licor de Jaracatiá, geleias e a mistura com queijo, doces de leite e nata.

Para o processo de produção do doce de Jaracatiá, primeiramente é preciso escolher e cortar a árvore, tirar a casca e posteriormente ralar a moda antiga. Após isto, vai para o tacho com um pouco de água no fogão a lenha ou a gás até dar o ponto. Depois de duas horas de fervura, o açúcar deve ser colocado e mexer até dar o ponto.

O doce lembra a textura da cidra, mas o gosto lembra o coco. Possui um sabor característico, que está na memória coletiva, no hábito e na identidade dos moradores da APA do Rio Negro.

A acadêmica Luciana Henrique da Cruz ficou encantada com o doce e a possibilidade de inclusão social local, pois a mesma é residente do Distrito de Camisão, em Aquidauana (MS), e já fez parte de vários projetos de economia solidária e criativa. Luciana é acadêmica do Curso de Turismo do CPAQ e espera ajudar a comunidade do Distrito de Camisão com a pasta de pequi, da mesma forma que a comunidade da APA Rio Negro faz.

Para a Presidente da Fundação de Meio Ambiente, Ligia Lopes Teixeira, a APA vem ganhando visibilidade e transmitindo, por meio de visitas como esta, os seus valores e potenciais. A APA do Rio Negro já está com o “Plano de Manejo” concluído e está solicitando ajuda com a abertura e possibilidades de estudos, tais como intervenções de projetos de fomento, de inovação, de pesquisa e de extensão nos seguintes temas:

BIOMATEMÁTICA – Controle matemático e quantitativo da população de jacarés no Rio Paraguay;

TURISMO – Turismo e inclusão social, base comunitária, gestão de alimentos e bebidas, hospitalidade, dentre outros;

GEOGRAFIA – Estudos de Impacto Ambiental na área fronteiriça da região de mineração, aspectos geomorfológicos, representações culturais e sociais;

BIOLOGIA – Estudos das espécies da fauna e flora da APA;

Entre outras possibilidades, como saúde e educação.

Os pesquisadores e extensionistas que desejam ter acesso ao plano de manejo podem acessar o site: www.geoparkbodoquenapantanal.ms.gov.br ou a página no facebook: \geoparkbodoquenapantanal, ou ainda através do email: anderson.geopark@gmail.com ou tel 996560170.

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