Apresentação e oficina “Bailah” será realizada no CPAQ na próxima segunda (16), às 16h; participe

Postado por: Joao Doarth

Na próxima segunda-feira (16/04), às 16h, no saguão do bloco B, haverá uma apresentação cultural intitulada “Bailah”, direcionada à comunidade acadêmica do Câmpus de Aquidauana (CPAQ/UFMS).

A atividade faz parte da campanha “Eu respeito”, que em abril tem como mote o Respeito à Saúde. A ação é realizada por intermédio do Programa Mais Cultura na UFMS.

O Grupo Bailah foi formado na Universidade em 2006 pelo professor Marcelo Rosa e oferece capacitação aos alunos de Educação Física na dança de salão e esferas pedagógicas artísticas. Tem também por objetivo divulgar a produção cultural da UFMS em diversos eventos na própria UFMS, eventos municipais, estaduais e nacionais.

Participem!

Sobre a Apresentação “Bailah”

Marcelo Victor da Rosa é natural de Florianópolis (SC) e veio para Campo Grande em 2006 quando surgiu a possibilidade de fazer concurso para efetivar professores na disciplina de dança na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Com muita dedicação, Marcelo ficou em primeiro lugar e logo de início criou um projeto que oferece capacitação aos alunos de educação física na dança de salão e esferas pedagógicas artísticas, denominado Grupo Bailah.

Sua ideia inicial era ter um grupo que apresentasse danças que não se via ou dançava na capital e com o tempo levar esse conhecimento para a comunidade externa. Não demorou muito para que a vontade de Marcelo se realizasse, no ano seguinte (2007) ele abriu o Projeto de Extensão vinculado à dança de salão, com apenas uma turma e dois professores. Marcelo os ensinava a dançar para darem aula e com isso o projeto ganhou corpo e as turmas de dança foram multiplicando. A partir de então o Bailah pode se especializar em aprender a dança de salão, tanto tecnicamente quanto artisticamente. A primeira coreografia ensinada ao grupo foi uma salsa chamada ‘Feo pero sabroso’ e o mesmo teve sua primeira apresentação no terraço de um museu nos altos da Afonso Pena. A Universidade Católica Dom Bosco promoveu um evento e convidou alguns grupos para se apresentarem, porém o Bailah não foi convidado porque eles não sabiam da existência do grupo. Foi então que Marcelo recorreu ao responsável do evento e pediu para colocar o nome do Bailah nas apresentações.

Os ensaios do Bailah sempre ocoreram aos sábados e com o passar dos anos o grupo foi crescendo tecnicamente. Em 2008 surge a ideia de juntar várias coreografias criadas nesse período de tempo e montar uma apresentação. A sugestão era unir tudo o que tinham para o grupo começar a ganhar corpo, principalmente de espetáculos.

A apresentação refletiu a reunião de todas as experiências e estudos da dança de salão, desde 2006, transpassadas para mais de vinte coreografias, desde danças regionais passando por forró, bolero, zouk, tango, samba e até salsa. O espetáculo cativou os espectadores por seu trabalho coreográfico diversificado e criativo com um toque sul-mato-grossense. Marcelo estudou sua dissertação sobre o preconceito de uma forma velada, ele acredita que hoje em dia poucos falam abertamente, muitos cuidam para não ser criticado, o preconceito existe, mas de forma sutil. E com base em estudos, pesquisas e divisões de ideias, o grupo decidiu trabalhar com o conceito, conexões e temáticas voltadas ao preconceito e discriminação da sexualidade de gênero. E assim surge em 2012 o espetáculo “Velado”.

O espetáculo Velado surge como uma série de reflexões acerca das perspectivas que permeiam a noção de gênero e suas relações. Encaradas por possibilidades de relacionamento na esfera social do feminino e do masculino buscando principalmente através da dança de salão, refletir alguns aspectos implicados nessas relações tais como submissão, autoritarismo, amor e respeito.

Embalados pela trilha de sonora do cantor sul-mato-grossense Ney Matogrosso, a intenção do espetáculo era transpor para o palco comportamentos e práticas sociais por vezes ocultadas. O princípio que os norteou é que a arte provoca, educa e faz refletir sobre aquilo que nem sempre é (re)velado, e que no entanto salta ao nossos olhos, queiramos ou não.

Marcelo teve que se afastar do grupo por dois anos, pois decidiu fazer doutorado. Nesse período o grupo não se perdeu, continuou existindo forte e atuante nos ensaios e competições. Em maio de 2015 o grupo participou da edição da “Semana pra Dançar”, uma mostra produzida por coreógrafos, diretores e bailarinos de Mato Grosso do Sul. O evento conquistou o status de tradicional, depois de nove anos na ativa, apresentando diversas linguagens da dança e comprovando o talento sul-mato-grossense para o movimento.

O grupo foi contemplado no Prêmio Desterro 6º Festival de Dança de Florianópolis, realizado de 26 a 30 de agosto. A premiação foi na categoria Dança de Salão conjunto- adulto, na quarta noite, e a companhia ficou em segundo lugar. A coreografia premiada foi a Com. Tempo. Tango de Leonardo Borges Jardim.

Em abril de 2016 foram selecionados em primeiro lugar na categoria “coreografias” no edital da Fundação de Cultura do MS para o Projeto Circuito Dança no Mato 2016.

Em Julho de 2016 foram selecionados para participar da 4ª Mostra de Dança Encontros, que reúne várias escolas de Campo Grande no palco do Teatro Glauce Rocha.

O grupo foi selecionado novamente para participar do Prêmio Desterro, um dos principais festivais competitivos de dança que se realizou em Florianópolis (SC) entre 31 de agosto e 04 de setembro de 2016, porém não se classificou em nenhuma colocação.

Já participou de diversas edições do Projeto Circuito Dança do Mato, edições da Semana para a Dança (promovida pela prefeitura de Campo Grande), festivais de dança e eventos culturais na capital e no interior do estado.

Em um momento de redescoberta, ao completar uma década (2016) enquanto pioneiro nos estudos de gênero e sexualidade nas danças de salão, trazendo aos palcos um trabalho caracterizado pelo intenso e sincero jeito de tratar as questões humanas, o grupo Bailah se coloca em meio a fotos, vídeos, textos e inúmeras outras lembranças, percebendo-se em um grandioso caminho construído pela realização de seus próprios sonhos. Assim, surge a vontade de trazer novamente aos palcos sua história, desta vez contada por seus novos integrantes, que, guiados pela volta diretor e idealizador do grupo Prof. Dr. Marcelo Victor da Rosa e de Juliano Cândia Pedrozo, ex-integrante do mesmo, costuram um espetáculo que reúne as mais marcantes coreografias dessa história, apresentando o resgate de uma essência marcada pela heterogeneidade de influências, a percepção de emoções e a vivacidade da inquietação.