Estudo indica que estado de MS teve crescimento econômico médio de 9,5% ao ano desde 2003; leia

Postado por: Joao Doarth

O estado de Mato Grosso do Sul, bem como toda a região Centro-Oeste do Brasil, tem um notório destaque econômico centrado no setor pecuário e em sua cultura de grãos. Contudo, nos últimos anos, a composição econômica do estado sofreu alterações significativas. Partindo dessa premissa, um pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Aquidauana, em parceria com professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desenvolveu um estudo para avaliar o dinamismo econômico e as transformações produtivas do estado de MS desde 2003.

O estudo, intitulado “O dinamismo econômico e produtivo do estado de Mato Grosso do Sul pós-2003: as transformações produtivas das mesorregiões”, teve como objetivo analisar os principais elementos que culminaram nas recentes alterações da dinâmica econômica do MS.

Coordenador da pesquisa, o professor Fernando Rodrigo Farias (UFMS/CPAQ) contou como o estudo foi desenvolvido. “Nossa pesquisa partiu da análise tanto de estudos que já exploraram a formação econômica do estado, quanto de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério da Economia, Industria e Comércio Exterior (MEIC), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (SEMADE). Propomos um diagnóstico sobre as principais alterações geoeconômicas do estado do MS nas últimas décadas, assim como a natureza de distribuição da riqueza produzida pelos diferentes setores econômicos”, disse o pesquisador.

Sobre os resultados obtidos no estudo, Fernando conta que os dados apontam para uma mudança no foco de desenvolvimento econômico do estado. “A alteração da matriz produtiva do estado é resultado tanto de processos de expansão e amadurecimento ocorridos, quanto da reorganização da estrutura produtiva do estado, com investimentos estatais em setores como indústria, infraestrutura e logística. Destaca-se o desenvolvimento industrial como responsável por parte significativa dessa matriz produtiva, sendo as principais razões para esse desenvolvimento o aumento da demanda interna (razão endógena) e o aumento da relação do estado do MS com o mundo (razão exógena), sobretudo com a China”, afirmou o docente.

Além disso, Fernando também destaca o mercado exportador do estado. “Tivemos expansão na exportação após meados da década de 2000, com aumento gradativo do percentual exportado de bens intermediários (nível 2) e de bens de consumo (nível 3), com maior índice tecnológico incorporado. A partir de 2013, o superávit comercial dessas exportações tornou-se positivo em relação às importações, provavelmente em virtude dos efeitos do investimento em infraestrutura e indústria ocorridos a partir de 2005”, finalizou o docente.

A pesquisa teve início em dezembro de 2016 e foi elaborada pelos professores Fernando Rodrigo Farias (UFMS), Carlos José Espíndola (UFSC) e Roberto César Cunha (UFSC).

O artigo com a pesquisa completa foi publicado pela Revista Caminhos de Geografia, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Acesse o texto completo aqui.

Para saber mais sobre o estudo, entre em contato diretamente com o professor Fernando, pelo e-mail fernando.rodrigo@ufms.br.

Texto: João Doarth