3ª Noite Cultural dos Povos Indígenas teve dança, artesanato e muito mais

Postado por: Joao Doarth

Foi com muita festividade que o Dia do Índio foi celebrado no Câmpus de Aquidauana da UFMS (CPAQ). A 3ª Noite Cultural dos Povos Indígenas aconteceu na última segunda-feira (22) e contou com muita dança, música, artesanato, pintura corporal e comida típica.

As atividades foram realizadas no saguão do bloco B, na unidade II do câmpus. Abrindo o evento, o cantor indígena Fernando Margarejo, da aldeia Ipegue, apresentou um pouco do seu repertório, com músicas cantadas tanto em português como em sua língua nativa. Fernando é acadêmico do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul e também participou da 3ª Noite Cultural dos Povos Indígenas na UFMS.

Enquanto isso, acadêmicos e amigos nas diversas barracas comercializavam artesanatos variados. Milena, que é acadêmica do 5º semestre de Letras, não é indígena, mas se dispôs a ajudar no evento e montou uma barraca com artesanatos. Os acadêmicos Yan e Carol (Biologia) e a acadêmica Dalila (Pedagogia) foram alguns dos estudantes que também montaram suas barracas. Da mesma forma, a acadêmica Rose Pedro e seu marido, Diego Pereira, vieram da aldeia bananal e comercializaram produtos típicos da região. Da aldeia Tico Lipu, montou barraca e comercializou seus produtos o acadêmico Cidão Aparecido, acompanhado de suas colegas terena.

Acadêmicos apresentaram a dança hiyoneka kipâ’e / dança do bate pau (clique para aumentar)

Iniciando as apresentações, os indígenas Kamany Waura (campeão em 2016, 2017 e 2018 da luta huka-huka) e Jhon Xeto Waura, ambos da etnia Waura, do Parque do Xingu, realizaram uma demonstração da luta huka-huka. A luta faz parte do ritual Kuarup, presente na festa dos povos do Xingu. Trata-se também de uma arte marcial de demonstração dos Jogos dos Povos Indígenas.

A primeira dança apresentada, chamada Siputerenoe, foi desenvolvida pelas acadêmicas do câmpus. Com a beleza indígena típica da cultura sul-mato-grossense, foi um momento marcante no evento, que mostrou o fortalecimento cultural do orgulho que os povos nativos da região possuem.

Em seguida, os acadêmicos do CPAQ apresentaram a dança masculina hiyoneka kipâ’e, traduzida para “dança da ema” e popularmente conhecida como “dança do bate pau”. A Dança do Bate-Pau é uma das mais conhecidas tradições indígenas de Mato Grosso do Sul, que tem origem na comemoração das vitórias nas guerras. O vermelho representa a guerra, e o azul a paz.

Kali, 5º semestre de Letras, foi um dos organizadores do evento (clique para aumentar)

Um dos organizadores da 3ª Noite Cultural dos Povos Indígenas, o acadêmico Kali Aurélio, do 5º semestre do curso de Letras/Literatura, lembra que o evento é feito anualmente: “fazemos o evento anualmente com o intuito de reforçar a nossa presença na Universidade”.

Para o acadêmico, a presença indígena tem se consolidado no câmpus: “como foi dito pela Adriana (Diretora em Exercício na UFMS/CPAQ), somos cerca de 500 alunos no câmpus, contando com o curso de Licenciatura Indígena. É um número significativo. Temos essa vontade de mostrar nossa cultura e nossa dança, nossas comidas, nossas roupas”.

Kali também fez um balanço das três edições e os resultados são positivos: “nessa terceira edição, podemos perceber a maior participação dos acadêmicos indígenas, tanto nas danças como trazendo artesanatos, comida e participando na organização da decoração do ambiente onde o evento foi realizado. Houve ótima participação nos ensaios antes da noite cultural e o público também foi maior nesse ano do que nos anos anteriores”.

Coordenadora da Licenciatura Indígena, Onilda Sanches Nincao participou da dança Siputerenoe (clique para aumentar)

A participação da comunidade indígena da região também foi destacada pelo organizador: “tivemos a participação do Cacique da aldeia Água Branca, o Senhor Julison Farias, que possui três irmãs acadêmicas no câmpus. Também participaram da noite vários indígenas da aldeia Limão Verde, da Vila Trindade e da Aldeinha (aldeia urbana de Anastácio/MS), que vieram prestigiar o evento. Houve ainda degustação de comida típica durante a noite, como o famoso arroz carreteiro com mandioca”, finalizou o acadêmico.

A UFMS/CPAQ se orgulha da cultura indígena presente diariamente no Câmpus de Aquidauana e comemora a celebração de mais uma Noite Cultural dos Povos Indígenas!

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