Festejo de São João de Corumbá e Bioma Pantanal foram vivenciados em aula de campo
Entre os dias 23 e 24 de junho, acadêmicos dos cursos de Turismo e Geografia/Licenciatura participaram de aula de campo na Base de Estudos do Pantanal e em Corumbá (MS).
A viagem, conduzida pelas professoras Eva Teixeira e Patrícia Bassinello, teve como proposta permitir um diálogo e incursão interdisciplinar entre as disciplinas Política Nacional de Educação Ambiental e Gestão do Lazer e Entretenimento. E, para tal, foram escolhidos como temática da aula uma aproximação dos alunos com um pouco do bioma Pantanal, através da visita à Base de Estudos do Pantanal, e, posteriormente, o acompanhamento pelo grupo do ritual do Banho de São João – festa secular realizada em Corumbá, que reúne milhares de pessoas, entre comunidades locais e turistas, em um evento às margens do Rio Paraguai, que remete ao batismo de Jesus feito por João Batista nas águas do Rio Jordão.
No caminho até chegar à Base de Estudos, os alunos foram percebendo as mudanças na paisagem e observando algumas espécies da fauna e flora que compõem a biodiversidade do Pantanal, analisando o espaço e suas relações e compreendendo este bioma como recurso natural e cultural para fins turísticos. Tal atividade é relevante para agregação de conhecimentos práticos pelos acadêmicos, bem como integração com a natureza visando à conservação ambiental. Ao realizar a aula de campo, é possível perceber o conteúdo entendido na prática e de forma inspiradora e motivadora. Conhecer um pouco da dinâmica do Pantanal in loco faz com que os conhecimentos sobre o bioma sejam entendidos.
Pela noite, o foco do conhecimento foi o envolvimento e participação do alunos no Festejo de São João de Corumbá, reconhecendo o ritual do banho de São João como prática de lazer cultural e humana e como o primeiro patrimônio cultural imaterial exclusivamente de Mato Grosso do Sul – tombamento em fase final de apreciação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A festa é longa e se estende muito além do ritual às margens do rio. Primeiramente as pessoas se reúnem nas casas dos festeiros, que são preparadas e decoradas para receber as pessoas antes da descida dos andores em direção ao rio Paraguai. Andor enfeitado com a imagem do santo em destaque; fogueira, uma rica gastronomia típica e o mastro com a bandeira de São João compõem a celebração.
Em seguida, há a oração, guiada pelo rezador, pessoa escolhida na comunidade. Após, os festeiros deixam a casa com os andores. Seguem em procissão, cantando ladainhas de São João até chegarem à ladeira Cunha e Cruz. Encontram andores pelo caminho, cumprimentam-se e reverenciam o santo do outro. Chegando ao Porto, os festeiros entram no rio, rezam, banham o santo – em um momento que a água é considerada santa – quando então retornam pela ladeira para casa do festeiro, onde se inicia a festa noite a dentro, com músicas, danças e muita comida.
“Tivemos o privilégio de sermos recebidos pela festeira Bianca Machado em sua casa, que nos acolheu com muito carinho e compartilhou conosco sua história e devoção a São João. O ritual foi encantador. Pudemos perceber o reconhecimento e valorização que a comunidade corumbaense têm deste símbolo cultural, religioso e histórico, logo patrimônio imaterial do Estado e de Corumbá”, disse um dos acadêmicos.
E, para finalizar, no dia seguinte o grupo fez um passeio de chalana pelo rio Paraguai para conhecer este outro recurso e atrativo natural e turístico.
Acompanhem algumas fotos da turma na Base e alguns momentos especiais do ritual do festejo, clique aqui (álbum de fotos).